Todos nós, de alguma forma, já ouvimos falar do colesterol bom (HDL) e ruim (LDL), respectivamente lipoproteína de alta densidade e lipoproteína da baixa densidade. O HDL, por causa das suas características de alta densidade não fica depositado nas artérias ao contrário do LDL. Além disso, o HDL em quantidades maiores contribui para a remoção do LDL nas artérias, pois a baixa densidade do LDL faz com que fiquem depositados nas paredes das artérias obstruindo a passagem do sangue trazendo conseqüências desastrosas desde o infarto do miocárdio até aneurismas cerebrais.
Entretanto, o colesterol é uma gordura essencial para o organismo humano funcionar bem no metabolismo das vitaminas, chamadas lipossolúveis, A, D, E e K, sais biliares e hormônios.
Felizmente, o controle da quantidade de colesterol no sangue depende muito da ingestão de alimentos menos gordurosos e a prática de exercícios físicos. A corrida tanto moderada quanto vigorosa é uma das modalidades que aumenta a quantidade do colesterol bom no sangue. É o que comprovou um trabalho realizado por Reinaldo B. Bestetti e José Ernesto do Santos publicado na Revista de Saúde pública vol.18, nº4 1984. Pessoas que correm 25 km ou mais semanalmente atingem índices de 50mg/100 mL de HDL enquanto quem corre 70 km chega a 70 mg/100 mL. Outros autores não observaram aumento de HDL nas pessoas que correm menos de 25 km , não havendo diferença significativa se comparado a saudáveis inativos.
Observa-se nesses relatos que a corrida, mesmo moderada é suficiente para elevar as taxas de colesterol bom no sangue. Outro fato chamando a atenção dos pesquisadores nessa área é que o exercício físico, entre as medidas de recuperação, aplicado em sobreviventes a infarto agudo do miocárdio também ajuda a normalizar o colesterol bom. Pacientes submetidos a programa progressivo onde na última semana conseguiam correr lentamente 2,5 km três vezes por semana tiveram índices de colesterol bom chegando à normalidade de 45 mg/100 mL. Quando comparados a pacientes que não quiseram ou não puderam realizar atividade física a diferença foi significativa tendo esse grupo que ter os índices de colesterol mais severamente controlados com medicação.
Para quem gosta de correr visando qualidade de vida e saúde não é preciso ser um maratonista bastando correr três a quatro vezes por semana de 6 a 8 quilômetros ou 30 minutos na esteira três vezes por semana numa velocidade confortável.
Prof. Luiz Carlos de Moraes é educador físico e personal trainer colaborador e consultor de fisiologia de vários sites na Internet e colunista do jornal Tribuna de Petrópolis.