O termo hérnia do atleta (ou hérnia do esporte) é
utilizado para descrever uma condição clínica frequentemente encontrada em
praticantes de atividades físicas e caracterizada por dor na região inguinal
(virilha).
Ela não tem relação com uma verdadeira hérnia
inguinal, já que não há defeito na parede abdominal desta região.
Desta forma, considera-se que o termo “hérnia” não
é o mais adequado para este quadro de dor, portanto a definição mais precisa é
a “dor inguinal unilateral crônica”, sem o desenvolvimento da hérnia inguinal.
No entanto, a literatura aponta alguns casos que
foram submetidos a tratamento cirúrgico devido à manutenção dos sintomas e uma
hérnia inguinal incipiente ou oculta foi encontrada.
A hérnia do atleta resulta a partir de microtraumas
crônicos e repetitivos sobre os músculos e tendões da virilha, acarretando o
estiramento e alargamento destas estruturas. O quadro clínico geralmente se
inicia ao poucos, sem dor súbita na região, com sintomas que surgem em
decorrência do excesso de uso da musculatura abdominal inferior.
A hérnia do esporte é mais comum em homens, mas
também acomete as mulheres, sendo que os atletas de alta performance tem maior
risco de desenvolver esta lesão.
Diagnóstico
O diagnóstico desta condição é fundamentalmente
clínico, caracterizado pela dor na região da virilha, sem evidência de hérnia
ao exame físico. A dor inguinal é o principal sintoma, que geralmente aumenta
durante o aumento súbito da pressão intra-abdominal, como na tosse, espirro ou
na evacuação.
A manobra de Valsalva (aumento da pressão
intra-abdominal) durante o exame físico falha em detectar o “abaulamento
inguinal” – ou seja, degeneração – tipicamente visualizado em hérnias na
virilha.
Os exames de imagem mais importantes são a
ultrassonografia e a ressonância magnética da região, que ajudam a confirmar ou
descartar a presença de hérnia inguinal verdadeira.
Tratamentos
Diversos tratamentos são recomendados para a hérnia
do esporte, mas a cirurgia é o principal.
O tratamento inicial consiste em medidas conservadoras, como o repouso relativo
das atividades físicas.
Além disso, medicações analgésicas e
anti-inflamatórias podem melhorar a dor. Apesar disso, estas medidas podem não
ser adequadas para o tratamento em longo prazo. Nestes casos, os pacientes
podem apresentar recorrência dos sintomas após o reinício das atividades
físicas, principalmente se o tempo de afastamento não for suficiente antes do
retorno, situação comum em atletas profissionais. A fisioterapia voltada para a
melhora da dor (analgesia) e para o fortalecimento das estruturas musculares
acometidas (cinesioterapia) deve ser recomendada.
Os pacientes que não apresentarem melhora com o
tratamento clínico devem ser encaminhados ao cirurgião para a possibilidade do
tratamento cirúrgico.
A exploração cirúrgica e o fechamento da região são
os tratamentos mais recomendados para a hérnia do esporte. A cirurgia, assim
como na hérnia inguinal verdadeira, pode ser feita por via aberta
(convencional) ou laparoscópica. .
Dr.José Marques Neto -Consultor Webrun da seção
Medicina Esportiva
Site: webrun.com.br