Depressão é assunto sério! De acordo com um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com a doença aumentou 18,4% nos últimos dez anos. E o Brasil é o país da América Latina em que a população mais sofre com o problema. Quase 12 milhões de brasileiros têm depressão, e outros 20 milhões sofrem de ansiedade – um dos fatores que podem gerar depressão.
Recentemente, o tema foi muito comentado, devido ao sucesso da série norte-americana 13 Reasons Why (Os 13 Porquês, em tradução livre), que narra a história de uma garota com depressão que decide cometer suicídio após sofrer abusos como bullying e assédio. Desde a estreia da série na Netflix do Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) relatou um aumento considerável no número de ligações de pedidos de ajuda ao serviço. De acordo com a associação, diversos contatos recebidos mencionaram a série.
Como identificar o problema
A depressão é um distúrbio de humor que pode ser gerado por diversos motivos: doenças graves (como câncer), circunstâncias da vida (perda de emprego, fim de relacionamento, mudança de cidade), estresse, traumas (morte de um ente querido, um acidente…).
Quando deprimida, a pessoa tende a ficar com uma visão muito negativa do mundo, perde a vontade e energia para fazer tarefas simples e habituais (como trabalhar, estudar, sair com os amigos) e, em casos mais extremos, tem pensamentos de morte.
Mas como saber se a pessoa sofre de depressão ou de tristeza? “Ficar triste não é um problema, mas em algumas situações a tristeza não “passa” e pode tornar-se crônica, evoluindo para o estado depressivo. É importante ficar atento. Se a pessoa demonstra a maior parte do tempo esses sintomas, por um período maior do que duas semanas, ela deve ser avaliada por um especialista”, explica Rita Calegari, psicóloga da rede de Hospitais São Camilo, em São Paulo. Ou seja, alguém ficar triste alguns dias porque seu cachorro faleceu é normal. O problema é quando essa tristeza não passa.
O exercício é um ótimo remédio
Existem diversas atividades que podem ajudar no combate à depressão, desde artes até o cuidado de animais. E uma das principais é a corrida. “A prática de atividades físicas atua como uma proteção a algumas das causas da depressão e ainda contribui para a recuperação de pessoas com a doença”, diz Rita.
Ao correr, diversos neurotransmissores são liberados em nosso cérebro, causando a sensação de bem-estar e relaxamento. Entre essas substâncias estão a endorfina (que traz alegria e satisfação) e a dopamina (que age como tranquilizante e diminui a ansiedade). “É praticamente um remédio contra a depressão, só que melhor, pois não há efeito colateral”, afirma Diego Leite de Barros, fisiologista do esporte do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo.
Para combater a doença, Barros recomenda fazer atividades moderadas pelo menos três vezes por semana, por 20 minutos ou mais. “Esse é o tempo mínimo necessário para a liberação dos neurotransmissores. Porém, quanto maior for o treino, maior será o efeito”, explica o fisiologista. Isso não se aplica apenas à corrida, qualquer esporte é válido.
Vale ressaltar que não é apenas a endorfina que faz da corrida um ótimo remédio para a depressão. A atividade física também turbina a autoestima, estimula o envolvimento social, o contato com a natureza e a criação de objetivos. “Uma pessoa com depressão pode ter dificuldade de criar vínculos pessoais e fazer planos. Quando ela define metas, como correr uma prova de 10 km, está investindo energia num desejo, num sonho, e tem a expectativa de poder cumpri-la”, explica Rita. Fazer atividades ao ar livre aumenta a energia e a motivação, por isso, é muito indicado para pessoas com o distúrbio de humor – assim como as atividades em grupo.
materia publicada originalmete no site www.suacorrida.com.br
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