Em clima de Páscoa confira a matéria do Dr. Nabil Ghorayeb publicada em 2003 na WebRun:
Na antiga civilização Maia foi chamado de ALIMENTO dos DEUSES.
Delicioso, energético e muitos dos seus consumidores adoram serem
chamados de “chocólatras”, mas afinal podemos consumi-lo sem culpa?
A ciência responde SIM! Porém, OK! Chocolate é bom para o coração, mas
quanto? Buscamos as explicações com a nutricionista Miriam Topein
Ghorayeb e de artigos médicos da revista Lancet, de enorme impacto e
credibilidade científica.
O chocolate como é apresentado hoje em dia, resulta da elaboração da
fava do cacaueiro, que tem caroço e polpa branca. Na composição do
chocolate temos cacau, manteiga de cacau, leite, açúcar (exceto nos
chocolates dietéticos) e outros elementos que podem ser acrescidos como
passas, amendoim, avelãs, amêndoas etc. O cacau contém substâncias
chamados fenóis ou flavonóides, os mesmos antioxidantes encontrados no
vinho tinto.
Estudos feitos na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos,
mostram que consumidores diários de 30 a 50g de chocolate com alta
concentração de cacau (56 a 85%, ou seja, chocolate amargo ou extra
amargo) apresentam menores índices do chamado mau colesterol (fração
LDL). No cérebro, o chocolate eleva os níveis de serotonina e
feniletilamina melhorando o ânimo e disposição geral. O chocolate é uma
boa fonte de energia e com alto nível calórico, dependendo da proporção
da manteiga de cacau ou açúcar ou leite. Cada 100g pode conter de 350 a
500 calorias e é aí que mora o pecado!
Um dos aspectos negativos do consumo de chocolate é o de que algumas
pessoas relacionam o aparecimento de acne, pedras no rim, dores de
cabeça, alergias, cárie dentária e tensão pré-menstrual. Porém, as
evidências científicas da relação direta do consumo e esses problemas
são fracas, na verdade os hábitos de vida pouco saudáveis: alimentação
rica em gordura animal (colesterol), gorduras saturadas e gordura trans,
sedentarismo, diabete, obesidade abdominal, hipertensão arterial não
tratada, etc. são os mais importantes fatores de risco para as doenças
cardiovasculares.
O consumo moderado de chocolate hoje é aceitável, até 30g por dia,
compondo uma alimentação balanceada em calorias e nutrientes.
Ultrapassar os limites, apesar dos benefícios descritos e do sabor,
acaba por elevar a quantidade diária de calorias, o que é indesejável,
além disso, não é recomendável trocar as frutas e vegetais de uma
refeição pelo chocolate.
Não vamos aos extremos da proibição nem da liberação total e irrestrita,
porém, não esqueçamos de que muitas verdades científicas atuais podem
mudar amanhã, portanto mantenha seu apetite moderado e esteja saudável
em todas as épocas do ano!
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