Musculação, crossfit, treinamento funcional, pilates e core training são técnicas bem difundidas de fortalecimento que muitas vezes são “vendidas” como solução, para melhorar o desempenho e evitar lesões do corredor e triatleta.
Vamos
analisar o quanto isso é verdadeiro e diferenciar uma da outra, pois
existe uma supervalorização quando se fala em fortalecimento de abdômen,
o que de certa forma pode atrapalhar o rendimento e até mesmo levar a
lesões.
A
musculação sempre que bem executada é uma solução simples e prática
para o fortalecimento dos músculos e na maior parte dos casos, dá a
sensação de maior segurança durante a corrida. Sem dúvida isto ajuda a
evitar lesões, por preparar o tecido muscular para aguentar cargas de
maior intensidade, mas apesar de o aparelho direcionar o movimento e
parecer pouco perigoso existem alguns pontos não tão favoráveis.
Quando
mal orientada a musculação pode causar desequilíbrios musculares e
impactos articulares levando a lesões. Outro ponto contra é o fato de
ser uma atividade de baixa especificidade para corrida, pois se sabe que
no treinamento de qualquer função é importante o desenvolvimento de
padrões neurais, que favoreçam a atividade principal.
Atividades
mais dinâmicas como crossfit, pilates e treinamento funcional podem ser
moldadas para desenvolver competências físicas mais específicas para a
corrida e triathlon, por serem técnicas que estimulam padrões neurais
complexos e pela diversidade de treinos possíveis. Estes são
treinamentos que podem aumentar ainda mais a performance dos atletas
comparado a musculação, mas devemos considerar alguns cuidados.
O
conceito do core training e do pilates, ou seja, de desenvolver a
região de abdômen considerando-o como uma caixa de proteção, “power
house”, segundo algumas linhas de pilates, se baseia no fato de que ao
fortalecermos os músculos profundos do abdômen (M. Transverso do
abdômen), profundos da lombar (M. Multifídios), assoalho pélvico (M.
Períneo) e tendo o diafragma como teto (músculo respiratório), teremos
uma caixa de força com otimização da estabilidade do segmento
tronco-pelve, o que teoricamente protege as estruturas articulares de
estresses em suas estruturas.
A
verdade é que segundo estudos realizados nos últimos anos, tem-se
comprovado que o fato de o abdômen ser mais forte ou mais fraco, não
interfere na tendência de ter dores lombares ou de desenvolver melhor
desempenho. O que é ressaltado como relevante é o equilíbrio muscular, a
proporcionalidade perfeita entre os músculos, a especificidade dos
treinos e a mobilidade articular.
O
excesso de fortalecimento de músculos abdominais pode causar uma
solicitação da cadeia muscular oposta (músculos da lombar) para
compensar, o que vai cada vez mais provocar uma compressão dos discos
intervertebrais e consequente dor. Isso pode ser ainda agravado pelas
lipoaspirações e abdominoplastias, muito comuns mesmo entre corredores.
A
dica é manter o equilíbrio muscular com atividades bem direcionadas
pelo professor ou fisioterapeuta e seguir uma alimentação equilibrada
para estimular a digestão saudável. Massagear o abdômen é uma dica
interessante também, pois diminui estas retrações e estimula o intestino
a funcionar melhor, na dúvida de como fazer esta massagem sempre con
Claudio Cotter - webrun.com
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