População acima do peso cresceu, mas,
por outro lado, também houve aumento da prática de atividade física e do
consumo de frutas e hortaliças
Um levantamento divulgado nesta
quinta-feira pelo Ministério da Saúde mostrou que a obesidade cresceu no país
no ano passado — de cada cinco brasileiros, um estava obeso em 2018 — e apontou
Cuiabá e Manaus como as capitais com maior percentual de obesos em sua
população (23%), seguidas pelo Rio (22,4%).
Os dados fazem parte da Pesquisa de
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito
Telefônico (Vigitel). Eles mostram que a quantidade de obesos, que tinha
ficado estável entre 2015 e 2017, voltou a crescer. Na comparação com
2006, o percentual de pessoas com obesidade no país aumentou 67,8%.
Além de Cuiabá, Manaus e Rio, outras 11
capitais têm 20% ou mais de obesos: Recife, Porto Velho, Campo Grande, Natal,
Belém, Porto Alegre, João Pessoa, Fortaleza, Macapá, Boa Vista, São Paulo.
As capitais menos obesas são São Luís
(15,7%), Curitiba (16%), Palmas (16,3%) e Goiânia (16,5%).
Além da obesidade, a pesquisa apurou
também o excesso de peso, outro problema que vem crescendo e que já atinge mais
da metade da população.
Para saber se alguém tem sobrepeso ou
obesidade, é calculado o índice de massa corporal, que leva em conta a altura e
peso da pessoa. Ele é obtido pegando o peso em quilos e dividindo pelo quadrado
da altura em metros.
Se o resultado for igual ou acima de
25, é excesso de peso. Igual ou acima de 30 é obesidade. No caso de uma pessoa
com 1,8 metro e 90 quilos, por exemplo, o resultado é igual a 27,8 (90
divididvo pelo resultado de 1,8 vezes 1,8). Isso significa que ela está acima
do peso, mas não é obesa.
O levantamento — feito por
telefone entre fevereiro e dezembro do ano passado com 52.395
moradores com mais de 18 anos nas 27 capitais — mostra que, em 2018,
19,8% dos entrevistados estavam obesos e 55,7% tinham excesso de peso.
Entre 2015 e 2017, o índice de obesidade tinha permanecido estável em
18,9%. Em 2006, eles eram 11,8% e 42,6% respectivamente.
Há mais homens com excesso de peso, mas
mais mulheres obesas. Entre elas, 20,7% têm obesidade. Entre eles, são 18,7%.
Por faixa etária, o problema se agravou mais entre os que têm de 25 a 44 anos
de idade.
A capital onde o problema do sobrepeso
é pior é Cuiabá, onde 60,7% sofrem com o problema. Depois, vêm Manaus, Rio
Branco, Porto Alegre e Campo Grande.
Poucas capitais têm menos da metade da
populção com excesso de peso: São Luís (47,2%), Teresina (48,4%), Palmas
(49,1%) e Goiânia (49,7%). No Rio de Janeiro, o índice é de 57,7%.
O consumo regular de frutas e
hortaliças na quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
cresceu, mas segue baixo.
Em 2008, eram 20% dos entrevistados.
Agora são 23,1%. As mulheres se saem melhor nesse quesito: 27,2% contra 18,4%
dos homens.
Outro dado positivo é a queda no
consumo regular de refrigerantes e sucos artificiais, o que ocorreu em
todas as faixas etárias e entre homens e mulheres. Eles ainda consomem esse
tipo de bebida mais do que elas: 17,7% a 11,6%.
A prática de atividade física no templo
livre por pelo menos 150 minutos semanais aumentou de 30,3% para 38,1% entre
2009 e 2018.
Os homens se exercitam mais que as
mulheres: 45,4% entre eles, e 31,8% entre elas.
Dados do Ministério da Saúde mostram
que 7,7% da população adulta no Brasil foi diagnosticada com diabetes em 2017.
Em 2006, eram 5,5%. O problema é pior entre as mulheres.
Fonte:
O Globo
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