quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Prepare-se para correr uma maratona usando apenas o celular

 
Disputar uma prova de longa distância, uma caminhada ou até participar de maratonas virou a meta principal de grande parte das pessoas que almejam melhorar o preparo físico e cuidar da saúde. Principalmente no fim do ano, quando vemos atletas de todos os tipos cruzando a linha de chegada de corridas de rua famosas, como a São Silvestre, é comum pensar: como eu faço para chegar lá? Ou ainda: por onde eu começo?
 
A boa notícia é que não é preciso gastar rios de dinheiro contratando assessorias esportivas ou penar com as lesões por causa de um treino inapropriado, basta você ter um celular na mão e força de vontade. "Já existem aplicativos que te auxiliam para que não haja excessos, iniciando com treinos extremamente leves e que testam a resistência do usuário gradativamente", explica o educador físico Fernando Santos, usuário do aplicativo Freeletics Running, uma plataforma que funciona como um personal trainer digital e, de acordo com o preparo físico e os objetivos do usuário, desenvolve uma rotina de treinos personalizada. Os diversos aplicativos da Freeletics já contam com mais de 1 milhão de usuários no Brasil, imitando o sucesso que fizeram na Europa.
 
Santos também afirma que é importante seguir algumas dicas antes de sair correndo por aí. Veja abaixo:
 
Aquecimento
Você deve começar fazendo um alongamento em todas as regiões articuladas, como braços e pernas, em movimentos circulares e tentando tocar os dedos da mão na ponta dos pés. A rotação de quadril deve vir em seguida, bem como o exercício dos ombros para cima e para baixo. Demore cerca de 10 a 15 minutos em todo o processo, tomando cuidado para não fazer movimentos bruscos. 
 
Começando o treino
Durante a corrida, que deve começar lentamente, é imprescindível prestar atenção às irregularidades do caminho, como inclinações ou até mesmo paradas de ônibus, pois eles podem oferecer obstáculos que causam tropeços e acidentes 
 
Também é importante ser constante durante todo o trajeto. Se você se empolgar demais nos primeiros 500 metros, isso pode significar chegar ofegante após alguns quilômetros ou nem mesmo conseguir completar todo o percurso. "Manter um ritmo agradável, ter consciência dos limites do seu corpo e desfrutar do caminho são os principais pontos para ser um bom corredor", diz o especialista.
 
Pós-treino adequado
Em nenhuma circunstância deve-se parar de repente. Para resfriamento pós-treino, é necessário ir diminuindo a velocidade e intensidade durante cerca de dez minutos e, em seguida, executar alguns alongamentos básicos semelhantes aos aplicados no aquecimento.
 
Com essas dicas e um aplicativo na mão, muitas pessoas como a empresária Ana Agostini, mudaram completamente suas rotinas de vida. "No começo de ano, eu não conseguia correr até a esquina de casa. Foi quando comecei a usar o Freeletics Running e em seis meses, com alimentação regrada e mantendo um ritmo de quatro treinos semanais de exercício, eu corri a meia maratona de Campinas (SP), com 21 quilômetros", comemora. "Ele vai sentindo sua resistência e se adequando ao seu perfil de acordo com seus feedbacks ao final de cada treino, como se você estivesse acompanhado de um personal", diz Agostini. 
 
O vendedor Thiago Jacob também usa o Running há seis meses e já acumula mais de 300 quilômetros em treinos. Para ele, o importante é que o app respeita os limites de cada um, incentivando na medida certa de cada atleta. "Eu nunca pensei que fosse correr. Hoje, eu já consigo fazer 15 quilômetros. E o mais legal é que o aplicativo conversa comigo enquanto corro, diz como estou me saindo, qual minha velocidade média e me incentiva a melhorar meu tempo. Não se compara meu condicionamento físico desde o começo até agora. Já participo de corridas até mesmo com obstáculos", comemora Jacob.
 
Alimentação é tudo!
Outro ponto importante é a dieta antes e depois dos treinos, ingerindo produtos específicos que são essenciais para melhorar o rendimento do atleta. "Não fazer exercício em jejum e comer alimentos ricos em fibras uma hora antes de correr, como massas integrais e frutas. No pós-treino, buscar carboidratos simples, como arroz branco e batata, além proteínas que podem ser encontradas em carnes e ovos. Tudo isso balanceado ajuda bastante", coloca a nutricionista Fabiana Dias Bellão.
 
Os alimentos termogênicos, famosos "queimadores de gordura", também entram na lista da nutricionista, pela capacidade deles em aumentar o gasto energético corporal e estimular o organismo. "Isso acontece porque esses alimentos aumentam a temperatura do corpo e possuem substâncias que aceleram o metabolismo. Como opções, temos o chá verde, chá branco, chá de hibisco, canela, pimenta e o guaraná em pó natural. Se o atleta tiver alguma dúvida ou dificuldade, indico que procure auxílio de um profissional", esclarece.
 
Freeletics
A missão da Freeletics é ajudar as pessoas a se tornarem a melhor versão de si mesmas e alcançar seu pleno potencial. Criada em 2013, na Alemanha, a Freeletics está presente em 160 países e conta com mais de 12 milhões de usuários inscritos, no Brasil esse número atingiu a marca de 1 milhão de atletas livres, como é conhecida a comunidade de usuários do app. O aplicativo oferece programas de treinamento personalizados de acordo com o estágio atual da preparação do usuário, promovendo a motivação e evolução dos treinos com o passar do tempo. Conheça mais em www.freeletics.com e www.facebook.com/freeletics.
 
fonte: novojornal.com.br

Corrida no paraiso de Baia Formosa




Dia: 11 de fevereiros
Horário: 16 h
Inscrição e informação: 99164 4779

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Band 21k Natal




A Band lança o circuito de Meia Maratona Nordeste 2017. Serão 02 Estados que receberão milhares de corredores de rua de todo o Brasil, para fazerem uma grande festa do esporte brasileiro.

Com a participação de 3.000 atletas, nosso evento contará com super estrutura da Band, trazendo um dos eventos de maior qualidade do Nordeste para Natal e Fortaleza. Kit especial e vários parceiros incríveis.

Natal | RN
Data: 29 de Julho de 2017
Provas: 5k, 10k e 21k (meia maratona)

site: http://www.bandnordeste.com.br/event/5286


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Feliz Natal

 
 
Em dezembro, a reflexão é propicia, então vamos aproveitar o período de Natal para fazermos um balanço de nossas vidas e ver o que podemos melhorar em 2017 para sermos pessoas cada vez melhores e que a corrida continue nos proporcionando, saúde, qualidade de vida, conquistas e amizades.
Que neste Natal cada ser humano procure doar um pouco de si. Não somente em coisas materiais, mas principalmente em pequenos gestos para com o próximo.

Programação do Desafio da Virada Korrida Maluca


Corrida com ou sem música?

A resposta para essa questão é direta e muito particular. Inclusive, você leitor já deve ter respondido. A reflexão se torna ainda mais interessante quando desmembramos suas variáveis. Você, corredor que respondeu “corrida com música, sempre”, chegará naturalmente à outra pergunta: “mas se eu correr sem música, melhora meu desempenho?”.

Estudos apontam que não utilizar os fones de ouvido, aproxima as pessoas dos sons produzidos pelo ato de correr, como respiração, batimentos cardíacos, tensão muscular, impacto das passadas. Essas são informações preciosas, pois fornecem feedback imediato sobre seu esforço. Geralmente, pessoas que optam pela opção “sem música” têm a performance nos treinos e competições como prioridade.
Retornando rápido aos questionamentos iniciais, do outro lado, temos a corrente de quem prefere “corrida sem música”. Logo, o que aconteceria “se eu correr com música? Melhora meu desempenho?”. Estudos que defendem o uso de fones de ouvido colocam a música como um “anestésico”, isto é, a corrida parece mais fácil, reduzindo a percepção de intensidade do exercício em cerca de 10%.
Um estímulo externo como a música é capaz de literalmente bloquear alguns dos estímulos internos que tentam chegar ao cérebro, como mensagens sobre fadiga enviadas por músculos e órgãos do nosso corpo.
A música trabalha na questão emocional do corredor. Foto: gpointstudio/Fotolia 
A música trabalha na questão emocional do corredor. Foto: gpointstudio/Fotolia
Quando essas mensagens são bloqueadas, a percepção de esforço do corredor é reduzida e você tem a sensação de que pode correr mais rápido e por mais tempo. Por isso, a música pode ajudar no desempenho, já que trabalha na questão emocional do corredor. A música também eleva seu humor, como entusiasmo e felicidade, enquanto reduz aspectos negativos como tensão, cansaço e confusão.
A saber: Só existe uma situação em que a música não exerce nenhuma influência. Em níveis extremos de esforço o organismo trabalha somente com estímulos internos. Nesta situação, que geralmente é a partir de seu limiar anaeróbio, correr com música não é recomendado.

Em minha opinião, depois de toda essa investigação, os benefícios da música tendem a se manifestar em corridas de intensidades leves e moderadas. Minha sugestão é contar com ela em seus dias de treinos mais leves, caso precise de um estímulo. No meu caso, sinceramente, sem música, tenho grandes chances de abortar a corrida.
Nessas ocasiões, a intensidade não é maior que 60% do meu máximo, uma intensidade que não prejudica meu nível de atenção com o mundo exterior. Já para intensidades médias e fortes, sua atenção precisa ser redobrada e a música pode atrapalhar. Ainda mais se for uma corrida na rua, onde os carros transitam livremente o que não aconselho de forma alguma.
Opte em correr com música em parques, na praia ou em locais que o risco de acidentes seja praticamente zero. Outra situação que não recomendo é correr com música quando estiver correndo com um grupo. Aí é uma questão de educação, pois nada melhor que jogar conversa fora em uma corrida leve com seu grupo de amizade.

TEXTO DE Aulus Sellmer -Consultor Webrun da seção Dicas de Treinamento. www.webrun.com

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Usain Bolt, O homem mais veloz da história está cansado de manter o ritmo frenético de suas passadas


“Estou cansado. Já consegui tudo”...
 

Como prelúdio da despedida, o documentário 'I Am Bolt' retrata sua vertente mais indomável.

Álvaro Corcuera para o El País.
 

“Cada vez é mais duro para mim. Estou cansado. As pessoas me olham e pensam que é fácil o que faço... e não, não é. É difícil!”.

Usain Bolt (Sherwood Content, Jamaica, 1986) gesticula ao enfatizar a energia mobilizada para se transformar em um dos esportistas mais bem-sucedidos e carismáticos da história.

Desde que tinha 10 anos – quando começou no atletismo na zona rural de onde vem, no norte de seu país, aconselhado por seu treinador de críquete, o primeiro esporte ao qual se dedicou – até hoje, ele não parou de correr.


Com 30 anos, está a ponto de dizer adeus a uma época lendária nas pistas.


Desde 2008, Bolt dominou os 100 metros, os 200, os 4 x 100 – distâncias em que ostenta os recordes mundiais – tanto nos Jogos Olímpicos (Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016) como nos mundiais (Berlim 2009, Daegu 2011, Moscou 2013 e Pequim 2015).

Das 21 medalhas possíveis nessas competições, ele levou 20 ouros.


Só falhou nos 100 metros de Daegu, quando foi queimou a largada e foi desclassificado.


“Uma vez perguntei a Michael Johnson (quatro ouros olímpicos e oito mundiais) por que ele havia se aposentado. Me disse: ‘Tinha conseguido tudo. Por que continuar?’ Creio que é um argumento válido. Eu tinha meus objetivos: queria ser campeão olímpico em atletismo e consegui. Tudo o que queria... já tenho”, diz Bolt com ar de despedida em Londres, cidade que visitou no final de novembro para conferir a estreia de um documentário sobre sua vida, I Am Bolt (Eu Sou Bolt).

Num hotel londrino, o atleta conversa com jornalistas do mundo todo em sessões individuais.


Quando seus quase dois metros de altura, vestidos com moletom preto, entram no quarto, ele saúda simpático e faz foto do repórter com seu celular:

“Gosto de me lembrar das pessoas com quem falo.”

O filme, que revela detalhes de sua preparação para os Jogos do Rio, explora também seu lado mais humano e a relação com seu círculo profissional e pessoal mais íntimo.

Aí está o Bolt que tem dificuldade de madrugar e começar a treinar.


“Já não é tão divertido como antes. À medida que envelheço, tenho que me sacrificar mais. Já não posso sair tanto para a balada. Já não é agradável e não sinto vontade de fazer coisas que não curto. Só penso em deixar isso, deitar tarde, relaxar, ser eu e me sentir humano.”

Mas I Am Bolt também mostra o atleta capaz de se animar a tempo, de levar seu corpo ao limite, de escutar seu treinador, Glen Mills; seu manager, Nugent Walker, NJ; seu agente, Ricky Simms; e seu massagista, Everald Edwards, Eddie.


São o seu círculo de confiança.

“Vamos, Usain, você tem que se esforçar. Só três meses e depois poderá fazer o que quiser com a sua vida”, dizia Simms antes da Olimpíada do Rio, onde Bolt virou lenda: foi o primeiro a conseguir três vezes o triplete olímpico em 100, 200 e 4 x 100.
“Adoraria ser lembrado como um dos melhores esportistas da história, como Muhammad Ali, Michael Jordan e Pelé. Mas também queria que se lembrassem de mim como uma pessoa agradável, relaxada, amorosa. Uma pessoa que inspira as outras”, diz ele sobre seu legado.

Curiosamente, Ali e Jordan interromperam suas carreiras para logo retomá-las, embora com diferentes resultados: o boxeador fracassou e o jogador de basquete triunfou nas duas vezes em que voltou após deixar as quadras.

Bolt diz que pensou bem sobre isso.


“Quando me aposentar... será para sempre. Voltar a competir após abandonar a pista é complicado.”

O jamaicano dará os seus últimos arranques numa grande competição em agosto, o Campeonato Mundial de Londres.

“Comenta-se muito que quero me aposentar antes que alguém possa me vencer”, diz Usain, reconhecendo que já não tem muito combustível.


“Se quisesse, se trabalhasse duro, provavelmente conseguiria competir no nível máximo por mais dois anos. Este ano, minha ideia é correr pelos fãs.”

E também pelo dinheiro.

Bolt receberá, por exemplo, 1 milhão de dólares (3,37 milhões de reais) para competir numa prova de exibição na Austrália em fevereiro de 2017.

O jamaicano ocupa o posto 32 na lista da Forbes dos atletas mais bem pagos do mundo, com uma renda de 32 milhões de dólares (108 milhões de reais).

Em comparação com o futebol, basquete, tênis e golfe, os velocistas recebem pouco.

A maior parte do que ele embolsa vem dos patrocínios: 30 milhões (101 milhões de reais) em 2016 (um terço da Puma).

 

“O dinheiro me dá liberdade para fazer o que quiser, mas nunca foquei nisso. Tampouco na fama. Acho que meus pais ficariam muito decepcionados se tudo isso me mudasse, se eu me transformasse num estúpido”, diz.


Bolt é um sujeito sorridente, dentro e fora da pista.

 Tem sido assim desde pequeno, como recorda Nugent Walker, NJ, amigo íntimo desde os seis anos e agora seu manager.


“É sua personalidade”, afirma.


A julgar por I Am Bolt, Usain herdou a personalidade simples de Wellesley e Jennifer, seus pais.

Ele plantava café e ela era modista.

 Eram e continuam sendo humildes, negando-se a abandonar a casa e o bairro onde moraram a vida toda.


“Não querem ir embora de lá: acredite, eu lhes ofereci!”, diz Bolt.

“Papai sempre foi o estrito, o disciplinado. Mamãe é mais relaxada e divertida”, conta em Londres.


“Eu me esforço ao máximo pelo que quero. Meu caminho não foi simples. Tive altos e baixos, sofri lesões, falta de motivação... e no entanto minha personalidade sempre se manteve igual: gosto de sorrir.”

 E competir.

 O público que comparece aos estádios para ver Bolt sabe que seu espírito, alegria e motivação são contagiantes.

Quem o vê vive uma espécie de catarse.

 Especialmente em seu país, onde divide o altar dos maiores com Bob Marley, cujo filho mais velho, Ziggy, é amigo do velocista (Bolt tem também entre as amizades outros músicos da ilha, como Chronixx e Vybz Kartel).


A primeira vez que sentiu a energia de seus fãs foi em 2002.
“Lembro que saí do túnel e ouvi a galera gritando: Bolt! Bolt! Bolt! Instantaneamente, fiquei nervoso. Minhas pernas, minhas mãos, meu corpo... tudo tremia. Mas quando a corrida começou, senti um empurrão.”

 

Com 15 anos, Usain venceu a corrida dos 200 metros no Campeonato do Mundo Júnior, disputado em Kingston (Jamaica).

 

“Aquele foi o melhor momento da minha vida, a primeira vez que ganhei um ouro, diante de todos do meu país. Ali que tudo começou”, recorda.

 

Os cinco anos seguintes foram complicados; 2004 foi o primeiro como profissional.

 

“Passamos a temporada frequentando quiropraxia para tentar solucionar suas costas (sua postura na corrida não era a mais adequada) e seus isquiotibiais [conjunto de três músculos localizados na região posterior da coxa]”, diz Ricky Simms, seu agente.

 

“Houve um momento em que pensamos: ‘Ele vai confirmar o que prometia como juvenil?’ Até 2006 foi difícil. Mas em 2007 ele começou a mostrar consistência.”

 

Nos mundiais de Osaka daquele ano, Bolt conquistou duas medalhas de prata.


A explosão chegaria nos Jogos de Pequim 2008.

Sua contundente vitória nos 100 metros ficou para a história.


Bolt bateu o recorde mundial da época (9,69 segundos) enquanto golpeava o peito 20 metros antes de cruzar a linha de chegada, num gesto de comemoração.

 “Poderia estabelecer uma marca ainda mais inalcançável, se não tivesse se deixado levar? Entre risos, ele reconhece que sim.”


“Entendo o que você diz. Mas eu era assim no início da carreira. Me ocorreu festejar daquele jeito. Quanto mais você amadurece, mais sabe que tem que correr de outra forma.”

Um ano depois, Bolt pulverizou o cronômetro no Campeonato Mundial de Berlim: 9,58 segundos nos 100 metros e 19,19 nos 200.

 Desde então, ninguém superou essas marcas.

Nem mesmo ele.

 “Acho que eu teria conseguido se não tivesse lesões. Creio que havia espaço para melhorar”, lamenta.

Apesar de nunca ter perdido uma grande disputa devido aos problemas físicos, a verdade é que Bolt, especialmente desde 2012, sofre para chegar no tempo e no nível máximo nas corridas.

 Ele atribui o mérito das façanhas ao treinador, Glen Mills, que o acompanha desde 2004 e que também treina Yohan Blake, o outro grande campeão jamaicano e candidato a sucessor de Bolt.
 

“Chegou a hora. Nada de festas. Acabaram as saídas porque o treinador está dizendo”, ordena Mills a Bolt no filme, meses antes da Rio 2016.

 

Não é fácil domar o velocista.

 Ele tem ânsia de curtir a vida.

 O atleta revela no documentário que, numa saída noturna em janeiro deste ano, deu um passo de mau jeito e torceu o tornozelo.

 Um incidente que parecia menor, mas que o manteve dois meses parado.


E assustado.


“No princípio não contei a verdade ao treinador, não disse que havia sido numa festa”, reconhece agora, gargalhando.


O percalço alterou sua preparação.


Mas o problema maior chegou faltando um mês para a Olimpíada.


Durante as corridas classificatórias na Jamaica, ele teve uma lesão nos isquiotibiais e decidiu não arriscar.

 
Não carimbou o passaporte para o Rio na pista, mas a Jamaica lhe deu uma chance.
Não podia deixar de fora dos Jogos o homem que permanecia imbatível desde 2008.

 Mas seu grande rival, o norte-americano Justin Gatlin, não gostou da manobra e acusou a Jamaica de tratamento a favor de Bolt.

 Este, que curiosamente sofria de certa falta de motivação (“é difícil ter a mesma fome de ganhar que alguém que nunca ganhou”), encontrou naquele gesto o empurrão que faltava para continuar vencendo.

 
“Tudo mudou. Senti algo no estômago. Pensei: ‘Ah, é? Ele vai ganhar?’ Não. [Gatlin] não entende que o que mais me motiva é que fale o tempo todo. De modo que você mesmo, Justin...”, lança ele no documental olhando a câmera num quarto de hotel.

 
Dias depois, Bolt brilhou três vezes no Rio.

 
E agora?
 

“Há coisas que quero fazer. Continuarei ligado no atletismo de algum modo. Também quero incrementar meu trabalho com minha fundação [voltada aos jovens e às pessoas pobres]”, afirma.

 “Também gostaria de jogar futebol [tem planos, através da Puma, de treinar com o Borussia Dortmund durante a próxima pré-temporada]. Talvez por minha personalidade, eu poderia me dedicar ao mundo da TV ou até mesmo ser ator, nunca se sabe. Gostaria de fazer diversas coisas.”

 Inclusive se casar e ter filhos.

Só ele sabe se pedirá isso a Kasi Bennett, sua namorada desde 2014 – de quem pouco se conhece, além do fato de também ser jamaicana, ligada na moda e nas redes sociais.
Ela teve que ver imagens de Bolt com diferentes mulheres em atitudes sugestivas durante as comemorações de suas medalhas nos últimos Jogos.

 

O velocista prefere não comentar esse tema:


“Tento manter minha vida privada longe dos holofotes. Mas é difícil porque, cada vez mais, as pessoas querem saber o que faço.”

 
Bolt, assim como naquela final olímpica de 2008, pretende curtir o final da carreira olhando para todos os lados, sorrindo para os fãs.

 
“Dediquei minha vida inteira a ser o melhor no atletismo. Tentei ser uma lenda, um campeão imbatível. Para mim agora é triste, mas também liberador porque vai acabar. Esse capítulo termina e posso me relaxar, sair de férias. Posso simplesmente viver.