A entorse de tornozelo é uma das lesões mais comuns durante a corrida e pode ocorrer tanto em provas, quanto durante os treinos de rotina. A “virada de pé” pode ser resultado de um tropeço ou uma pisada desequilibrada e o sintoma imediato é a dor.
Entender como tratar e o que fazer para ajudar a evitar novas entorses é fundamental para a prática de corrida mais segura e um tornozelo mais saudável.
Como a lesão ocorre?
O tornozelo é a articulação que une o pé à perna e tem a função de transferir o peso do corpo para os pés, garantindo a mobilidade necessária para andar, caminhar e correr. “A princípio, trata-se de uma articulação estável, já que os ossos da perna se apoiam como uma pinça no pé. Entretanto, apesar desta estabilidade, fatores externos como uma pedra ou um buraco podem acabar causando erros de pisada que resultam uma entorse, momento em que pequenos músculos do pé e da perna não conseguem se ajustar um ao outro”, explica a médica do esporte Débora Reiss.
Mas o que fazer logo após a torção?
A ortopedista Ana Paula Simões explica que se você torce o tornozelo o primeiro cuidado imediato é tentar deixar o pé em uma posição confortável, levantá-lo, colocar gelo, imobilizá-lo na medida do possível e evitar pisar no chão. “O cuidado principal é deixar o pé quietinho e fazer compressa de gelo, pois isso gera vasoconstrição, evitando o acúmulo excessivo de células e uma possível evolução da lesão”.
Diferentes graus de entorse
Se a lesão é leve, grau 1, significa que ela pode ser tratada em casa com gelo, repouso e até mesmo um anti-inflamatório, caso a dor esteja forte. Mas como identificar o grau? “Se a dor no dia seguinte da torção estiver suportável, com certeza é um grau leve. Mas se a dor é persistente nos dias seguintes pode apontar um problema mais sério e é a hora de buscar um especialista para avaliar”, explica Débora Reiss.
A principal mudança entre um grau e outro está na forma que a torção afeta os ligamentos do tornozelo. “Todas as vezes quando você tem uma torção existe um estiramento das partes moles, e os primeiros a se machucarem são os ligamentos. Na maioria das vezes, eles esticam até o ponto onde em que têm uma energia elástica para suportar aquilo, passando disso, começam a se partir. Quando a entrose é grau 1 os ligamentos só esticam, no grau 2 eles têm lesões parciais e no grau 3 eles se rompem totalmente”, esclarece a ortopedista.
Melhor prevenir do que remediar…
É claro que todo corredor quer saber como pode ajudar a prevenir a entorse, a má notícia, é que não existe uma fórmula 100% livre de lesões, mas algumas dicas podem ajudar a reduzir as chances de sofrer com o problema, principalmente quando as articulações estão fortes.
“Basicamente, a recomendação é fortalecer bastante a musculatura das pernas e tornozelo, isso é feito com os exercícios de propriocepção, nesta parte, um educador físico ou fisioterapeuta são os mais recomendados para orientar estes exercícios de fortalecimento que devem fazer parte da planilha do corredor”, explica Ana Paula.
Além disso, de acordo com a ortopedista, se você já tem um histórico de entorse de repetição, nos dias de prova com instabilidades de terreno, a dica é fazer uma bandagem ou usar um estabilizador para proteger o tornozelo, isso servirá como um mecanismo externo que fará o papel do ligamento.
Quanto mais o pé estiver confortável e estável dentro do tênis melhor. “Quando a gente vê um tênis com número maior e o pé fica solto existe a tendência de ele ter uma instabilidade maior e estar mais suscetível às torções. Outro ponto importante que diz respeito à estrutura do tênis é o cabedal, evite os que são apenas de tecidos com pouca estrutura, pois não oferecem muita firmeza à articulação”, recomenda a ortopedista. “E, por último, a amarração deve ser firme e confortável, não deixe o cadarço largo, o tênis saindo do pé colabora muito para lesões”, finaliza.
fonte: Webrun