A nutricionista Brendha Ferreira, da Care Club Porto Alegre, fala sobre alguns mitos e verdades dessa bebida que é tão popular entre os brasileiros.
Os benefícios cientificamente comprovados do consumo do café são: melhora da imunidade; redução da percepção da fadiga, exaustão ou dor durante exercício físico; aumento da concentração (via aumento da liberação de catecolaminas) e da capacidade de memória; redução da dependência do uso do glicogênio em exercício físico, além de benefícios ao estado do humor.
No entanto, assim como qualquer substância, o uso excessivo pode trazer danos. O abuso do café, com extrapolamento das doses seguras de cafeína, apresenta como riscos comprovados: ocorrência de arritmia, aumento da pressão arterial, irritabilidade, nervosismo, tremores musculares e insônia. Além desses, sintomas gastrointestinais como azia e dores no estômago, e vontade emergente de evacuar, também estão frequentemente associados ao abuso do café.
Quando falamos sobre limite para o consumo diário de cafeína, a Organização Mundial de Saúde, a OMS, indica 200 mg de cafeína no dia. Esse valor é equivalente a cerca de 3 xícaras de café de 200 mL. No entanto, é preciso se atentar que esse valor contabiliza o total de cafeína ingerido no dia. Dessa forma, outros alimentos e bebidas que também contenham cafeína, precisam ser contabilizados, como chocolates, chás e chimarrão.
O Café e a Prática Esportiva
Devido ao seu efeito estimulante, Brendha recomenda que a bebida não seja ingerida após às 18h para não atrapalhar o sono. Se a pessoa está buscando perder peso ou melhorar sua performance esportiva, a bebida pode ser um aliado. Especificamente para esses objetivos, consumir o café no momento do pré-treino pode ser uma forma de obter energia extra para o treinamento e, assim, melhorar seu desempenho esportivo. Com a melhora do desempenho esportivo, poderá haver melhora também dos resultados desejados, como perda de peso. Vale ressaltar que é necessário testar essa estratégia de forma cautelosa, observando se não haverá a ocorrência de sintomas adversos, como vontade de ir ao banheiro e taquicardia, destaca.
Mas, apesar dos benefícios, nem todo mundo gosta ou pode consumir a bebida, como é o caso de grávidas, que se consumirem acima da quantidade segura podem prejudicar a formação cerebral do bebê. Para essa, existem muitas opções de obter efeitos estimulantes semelhantes. Algumas bebidas estimulantes podem atuar como uma alternativa para conferir parte dos benefícios trazidos por essa bebida – como chás (preto e verde, principalmente) e chimarrão. Vale ressaltar que os efeitos do consumo do café são resultado da composição específica dessa bebida. É sempre recomendado experimentar todas as variações da bebida, antes de chegar a conclusão que você não gosta – expresso, cappuccino, Irish coffee, caffè latte (café com leite), macchiato, mocha, duplo etc.
Há pessoas que consomem o café para auxiliar também no aquecimento corporal em dias frios. Embora não seja costume aqui no Brasil, Brendha indica uma receita de café gelado, muito comum em cafeterias estrangeiras para quem quiser se aventurar em outras apresentações da bebida.
Importante sempre avaliar as respostas individuais de cada um ao consumo da bebida: se há algum efeito adverso percebido como tremores e quais os objetivos com a sua utilização. Mas, quando consumido moderadamente, o café se mostra uma bebida deliciosa, energética, além de muito representativa da cultura e história do Brasil.
postado originalmente no site www.webrun.com.br/