terça-feira, 29 de maio de 2012

Atividade física previne depressão no envelhecimento, diz pesquisa




Segundo neurologista, a resposta estaria no hipocampo, região do cérebro relacionada à memória e às conexões com o ambiente.

Uma pesquisa recente, divulgada agora em maio pela Universidade Nacional de Changhua, de Taiwan, conseguiu demonstrar os benefícios da atividade física no combate também aos sintomas precoces de depressão na terceira idade.

Quando o trabalho teve início, em 1995, o grupo de estudo tinha em média 67 anos. Os pesquisadores acompanharam o desenvolvimento desses 1.160 indivíduos durante 11 anos, tendo concluído a análise dos dados em 2011.

A explicação para essa relação, segundo o Dr. Fernando Gomes Pinto, neurologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia - SBN, estaria no hipocampo, região do cérebro relacionada à memória e às conexões com o ambiente. É no hipocampo, também, onde ocorre a formação dos neurônios.

Atividade física melhora a qualidade do sono

Experiência realizada com ratos de laboratório provou que a atividade física provoca o aumento do fluxo sanguíneo na região. Esse processo estimularia o hipocampo, levando à melhora das relações do indivíduo com o ambiente.

“O exercício físico”, explica o Dr. Fernando, “provoca a liberação, pelo corpo, de endorfina e de adrenalina, que é a substância responsável por promover a sensação de bem estar, acionando centros do prazer e da satisfação”.

O neurologista destaca ainda um outro fator que considera relevante: “a prática de atividade física diurna melhora a qualidade do sono noturno. Isso tem consequências positivas na performance intelectual e na memória, com consequente melhora da auto estima do idoso. Melhorando a auto estima, diminuem as chances de depressão ”.

Depressão afasta idosos da atividade física

Um outro estudo, conduzido pelo departamento de psicologia da Universidade de Gothenburg, na Suécia, pesquisou a relação entre a atividade física e depressão em idosos. Nesta pesquisa, foram acompanhados 17.593 idosos com idade média de 64 anos durante o período de 2 anos, em 11 países da Europa.

A conclusão foi a de que a prática regular de atividade física pode ser uma ferramenta valiosa na prevenção de futuros sintomas de depressão em idosos.

Essa pesquisa, entretanto, concluiu que os sintomas de depressão podem também levar os idosos a não se envolverem com a prática regular de atividade física.

Seja para a saúde do corpo ou para a saúde da alma, são inegáveis os benefícios do exercício físico para a melhora da qualidade de vida do idoso. O que não faltam são argumentos para convencer este público a dar início à prática.

O desafio, neste caso, é conseguir que eles dêem continuidade ao processo. Muitos são os motivos que levam os idosos a abandonarem as academias. Mas isto é assunto para outro artigo

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