matéria originalmente publicada no site : wwwesportividade.com
O formato dos eventos de corrida de rua vigente até o início de março
de 2020 estará radicalmente modificado quando do retorno das provas
pedestres, o que ainda não se sabe quando vai acontecer. Organizadores
se uniram e criaram um documento a ser apresentado ao poder público e a
federações com o que eles entendem ser preciso para a modalidade
retornar com bem menos chance de proliferação do novo coronavírus, que
causa a covid-19.
Como ainda não existe uma associação brasileira, que demoraria um
pouco mais a ser constituída, formou-se uma comissão nacional a partir
de lideranças regionais. A primeira pauta da comissão foi a criação de
um protocolo particular do setor. “O legal é que, apesar das diferenças,
surgiu uma sinergia”, disse Paulo Carelli, da Iguana Sports, em “live”
promovida pelo Ticket Agora.
Marcos Pinheiro, da curitibana Sportion, nega que se trate de uma
pressão para um retorno imediato dos eventos. “Estamos dando um primeiro
passo. É melhor que a gente se antecipe do que chegue atrasado”,
afirmou.
“Isso é só o começo. Decidimos nos unir e iniciar esse protocolo
preliminar, que é um pouco genérico, abrangendo todas as frentes.”
O diretor da Iguana já enviou o documento, avalizado por médicos,
para a Prefeitura de São Paulo. Quando o poder público considerar o
retorno dos eventos, já vai ter em mãos um esboço de um formato mais
seguro, que se adapta a provas de vários tamanhos, podendo exigir
alterações, mas já tendo um “norte”. A Federação Paulista de Atletismo
apoia a iniciativa.
“Estamos nos antecipando para quando forem autorizados os eventos”,
declarou James Júnior, da To Goal Sports, de Manaus, segundo o qual o
momento da reabertura dependerá de decisões de cada governo estadual ou
municipal e não será nacional.
No entanto, assim que surgir uma oportunidade, um evento-teste, para
um público pequeno e em cidade ainda indefinida, será promovido e
colocará à prova o documento elaborado. Conheça um pouco dele agora.
Como, segundo a comissão, devem ser os eventos no “novo normal”
O número máximo de participantes será aquele que não gere
aglomerações. Inicialmente, provas curtas serão priorizadas. Durante o
processo de inscrição, os atletas terão de responder a questões sobre
sua saúde. “Caso o participante apresente alguma contraindicação e/ou
não aceite os termos de consentimento, não será autorizado a se
inscrever.”
As empresas organizadoras terão um papel informativo antes do evento, “disseminando recomendações para diminuir riscos de transmissão de doenças infectocontagiosas”.
Retirada de kits em loja dentro de shopping center?
Por enquanto, não mais. A ampliação do serviço de entrega em domicílio é
sugerida; se não for possível, será com horário marcado ou em “sistema
drive-thru” com horário estendido.
“Como uma forma de instruir e fornecer condições mínimas, o kit
poderá conter frasco de álcool em gel, máscara e materiais educativos.”
No dia da corrida, em que não haverá espectadores,
os participantes deverão usar máscaras nas áreas comuns, isto é,
“arena”, largada e chegada. Será medida por infravermelho a temperatura
dos corredores, e os que estiverem com febre serão encaminhados ao
atendimento médico.
Na “arena”, os atletas terão de manter uma distância
segura, de 1,5 a 2 metros, entre si, inclusive na fila de espera do
guarda-volumes. Marcas no chão ajudarão os corredores a ficar distantes
uns dos outros.
Os banheiros químicos precisarão ser higienizados constantemente, e pias para lavagem das mãos terão de estar disponíveis.
Não serão encontradas as tendas de massagem, de patrocinadores e
assessorias. A formação de grupos para alongamento, por exemplo, não
será permitida.
Serão chamados os pelotões de largada: para provas
com até 1.500 pessoas, por exemplo, haverá ondas de até 150 atletas a
cada dois minutos. Quando os corredores, ainda de máscara, se dirigirem
às raias, deverão se higienizar por meio de túnel de higienização ou
borrifadores manuais. Será montado um pórtico de largada e, em outro
ponto, um de chegada.
Sugerem-se percursos sem muitas curvas para uma
melhor fluidez da prova. Ao longo do trajeto, será fornecido material
para higienização. Os atletas pegarão água com a ajuda de uma equipe
treinada a fim de que não encostem em outros copos.
Ao fim da prova, serão entregues máscara e lenço com
álcool. Os atletas serão estimulados a se deslocar para locais mais
amplos. Tudo o que possa gerar aglomeração, como premiação e show
pós-prova, será descartado.