Até os 5 anos o menino indiano
Budhia Singh já tinha corrido 48 maratonas completas. O Esporte Espetacular foi
à Ásia e achou Singh, que hoje tem 12 anos e segue correndo. Na reportagem você
vai conhecer a emocionante história, cheia de reviravoltas, deste menino que
nasceu em uma favela, foi vendido pela própria mãe e virou um fenômeno, no seu
país e no mundo, ao mostrar resistência e fôlego incríveis percorrendo
distâncias impensáveis para uma criança.
Pela primeira vez uma equipe de
televisão foi autorizada a mostrar onde vive e o que faz esse fenômeno indiano
que hoje treina em uma academia estatal, ainda não pode competir com outros
meninos por conta das leis indianas e está blindado por sua nova treinadora
O
repórter Kiko Menezes foi até o superpopuloso país para saber como está Budhia
Singh. Ele conta a história do menino que nasceu em uma comunidade miserável em
Bhubaneswar, no estado de Orissa. Ele foi vendido por sua mãe, Sukanti, para um
comerciante por cerca de R$ 40. Mas quis o destino que entrasse no caminho de
Budhia o treinador Biranchi Das, dono de uma academia de judô para jovens
pobres. Um dia, por acaso, Das observou que o Singh, com apenas 3 anos, já
mostrava talento como corredor e começou a treiná-lo.
Os treinamentos eram exaustivos; as
distâncias, inacreditáveis. Mas Singh era realmente um fenômeno e alcançava
marcas que nenhum menino de sua idade já havia alcançado. Por conta das
façanhas de Singh, estimuladas por Das, o menino teve o nome registrado no
Livre dos Recordes e virou tema do documentário Marathon Boy, da cineasta
inglesa Gemma Atwal. Em 2006, ele correu 65km sem descansar, em mais de sete
horas, aos 6 anos de idade. Foi neste mesmo ano que as autoridades estaduais de
Orissa proibiram Budhia de correr longas distância, Biranchi Das foi acusado de
intimidação e tortura, embora as acusações tenham sido retiradas
posteriormente.
Em 2008, Biranchi Das foi
assassinado, em um caso não relacionado com o jovem corredor. Sem treinador,
Budhia voltou a viver com a mãe antes de se transferir para uma academia de
esportes estatal localizada no estádio Kalinga, onde é treinado por Rupanita
Panda, frequenta a escola, pratica outros esportes e não precisa passar por
provas extenuantes de sua habilidade de correr longas distâncias.
-
Foi necessário que eu viesse para cá. Naquela época não tinha regras, eu corria
riscos. Hoje eu sigo as regras, e acho que estou evoluindo por isso. As pessoas
me conhecem hoje em dia, mas naquela época as pessoas eram loucas, elas queriam
me tocar. Essa popularidade, essa fama eu sinto falta. estou seguindo treinando
porque quero conquistar essa fama de volta. Gosto de ser reconhecido como o
"Marathon Boy" e sei que posso fazer muito mais, chegar muito mais
longe. Quero me preparar e ganhar uma medalha olímpica para a Índia. Sou muito
novo para um evento internacional como as olimpíadas no Brasil, mas adoraria
poder ir para os Jogos do Rio, observar e me preparar para as próximas. Se eu
tivesse a oportunidade ficaria muito feliz – diz Budhia.
reportagem em
http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2015/01/vendido-pela-mae-por-r40-menino-de-cinco-anos-correu-48-maratonas.html
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