As obras de reurbanização da BR-101, no trecho entre Parnamirim e Natal, vão ganhar um incremento com a readaptação da rodovia para acomodar uma ciclovia, cujo projeto foi apresentado, na quinta-feira passada, pela Associação dos Ciclistas do Rio Grande do Norte (Acirn) à direção e área técnica do Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte (Dnit).
A alteração no projeto que está sendo executado depende somente de readequações para incorporar os novos trechos, e de um aditamento ao contrato original, segundo o arquiteto e urbanista Esam Elali, que integra o conselho da Acirn e é um dos autores do projeto da ciclovia.
Segundo ele, a entidade apresentou três projetos ao Dnit para permitir a instalação da ciclovia, estimada em 14 quilômetros. A primeira proposta foi de uma ciclovia no acostamento da pista principal. É a solução mais adotada nos projetos rodoviários internacionais e na recomendação do documento Dnit relativo às travessias urbanas.
A segunda opção é uma ciclovia no canteiro, ao lado da marginal, fazendo uso de um espaço disponível entre a pista central e a pista lateral, mas pode requerer acréscimos de obras como base e pavimento adicionais. A terceira sugestão é uma ciclofaixa à direita da pista marginal. As propostas preveem acesso à marginal, via agulha, com redução de velocidade, dando a preferência para o ciclista.
O entendimento da associação é que o projeto que está sendo implantado na BR 101 é o de dez anos atrás, portanto, sem contemplar mudanças como a utilização de bicicletas, alternativa para ampliar os meios de transporte e estimular a prática de atividades físicas.
De acordo com o urbanista, as alterações no projeto original serão mínimas e não desencadearão atrasos. “As ciclovias serão instaladas no acostamento da BR-101, nos dois sentidos, e terá a proteção de barreiras de segurança no estilo New Jersey”, diz Esam Elali, que, além de empresário, é ciclista. Estas barreiras, modelo de concreto, costumam ser usadas como separadores de fluxo de tráfego.
Para que o projeto seja tocado, é necessário instalar pequenas baias ao longo do trecho, a fim de servir de acostamento para o caso de ser necessário, por acidente ou problema mecânico, remover veículos do fluxo comum. “Faremos estas alterações e apresentaremos ao Dnit na próxima semana”, diz.
De acordo com Esam Elali, a equipe técnica do órgão ficou surpresa, positivamente, com a solução proposta, porque interfere pouco no projeto original e permite a inclusão de um modelo de locomoção que tem se tornado cada vez mais comum em médias e grandes cidades.
A conclusão da via expressa em que se transformará a BR 101 de Natal até Parnamirim está prevista para o primeiro semestre de 2018 e o valor da obra é de aproximadamente R$ 150 milhões, segundo o DNIT, sem a ciclovia.
“Tem que ser feita agora porque a previsão é de que, pelos próximos dez anos depois de concluída essa obra, não seja feita nenhuma outra intervenção, mas o DNIT sinalizou positivamente e a gente está confiante de que vai dar certo”, disse o presidente da Acirn, Canutto Souza.
Adequação ao tráfego
As obras atualmente executadas neste trecho da BR-101 visam a melhoraria e adequação ao tráfego, eliminando os pontos críticos e promovendo uma maior segurança nas vias. O projeto compreende o segmento rodoviário com maior volume médio diário do estado, com um fluxo superior a 95 mil automóveis, entre veículos de passeio e de carga.
Contempla ainda a construção de seis viadutos, passagem inferior de veículos, sinalização horizontal, vertical e projeto ambiental de áreas que possam ser degradadas. Segundo o DNIT, as obras facilitarão a mobilidade urbana, além de reduzir os custos relativos aos indicadores de acidentes no trecho, que atualmente representam um dos maiores no Rio Grande do Norte.
Na próxima quinta-feira (15), o superintendente do órgão, Walter Fernandes, concederá entrevista coletiva sobre o andamento das obras e a próxima etapa dos trabalhos.
f: novojornal
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