segunda-feira, 17 de abril de 2017

Exercício é remédio para tudo, mas será que tem dose?

A atividade física regular é capaz de elevar o colesterol bom, baixar os níveis do triglicérides, glicemia (açúcar no sangue), pressão arterial e dos batimentos cardíacos. Desta forma, ajuda no controle de doenças comuns como o diabetes e a hipertensão arterial, diminuindo também o risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, bem como de vários tipos de câncer, doenças que correspondem às maiores causas de mortes no mundo.
Além disto, o exercício ajuda no controle de peso, no aumento da força muscular e na diminuição da ansiedade, melhorando a qualidade de vida de quem o pratica. A capacidade física de uma pessoa também está diretamente relacionada com a sobrevida dela, isto é, quanto melhor o condicionamento físico, menor a chance de morte, de todas as causas.
Excesso - Bem, diante de todos estes benefícios, por que estamos questionando algo? Quando o exercício se torna voltado para o desempenho e visa competições, pode trazer outras alterações causadas pelo excesso. E não falamos apenas de atletas profissionais. A cada dia aumenta o número de atletas amadores que querem realizar grandes desafios, provas de longa duração, com intervalos curtos de descanso e em busca sempre de melhores tempos individuais.
Exercício em excesso pode ser maléfico para o coração. Foto: psdesign1 - FotoliaExercício em excesso pode ser maléfico para o coração. Foto: psdesign1 - Fotolia
Aí devemos ter atenção! Estudos recentes têm demonstrado que alguns atletas com muitas horas de treino durante a vida, ou aqueles que fizeram várias maratonas em um curto intervalo de tempo, principalmente homens, na faixa de 35 a 60 anos, e na maioria amadores, têm mais chance de ter algumas arritmias cardíacas e até outras alterações circulatórias no coração. Alguns atletas de elite mostraram alterações em exames de sangue e de imagem do coração realizados logo após o término de maratonas; os exames se normalizaram após um ou dois dias de descanso. Outros atletas demoraram a normalizar. Essa questão polêmica ainda está sem respostas convincentes por não se saber porquê, quem terá esse problema e quais suas repercussões à longo prazo.
Identificar quais pessoas teriam uma chance maior de apresentar tais alterações é um desafio. Na verdade, ainda temos muito a aprender, mas como em tudo devemos sempre ser cautelosos com a escolha da dose. Entretanto, uma coisa é certa: o exercício em quantidade moderada faz muito bem à saúde e uma competente avaliação da sua condição física antes de iniciá-lo, diminui muito o risco de problemas futuros.
fonte: Dra. Cléa Simone Sabino de Souza Colombo - Cremesp 80695 é Cardiologista e Médica do Esporte. - www.suacorrida.combr
 

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