Quem
segue uma rotina de treinos pré-estabelecida regularmente já se acostumou com
os exercícios, períodos de descanso e com a evolução gradativa do desempenho.
Caso seja um atleta assíduo, que não deixa de treinar nem um dia, é provável
que ele tenha plenos conhecimentos de suas capacidades aeróbicas e
musculares. O problema é que até quem faz atividades físicas com a
frequência correta, sem exagerar e com acompanhamento adequado, pode sofrer
lesões. Isso é uma questão que anda lado a lado com a vida de qualquer atleta,
e ele deve ter consciência de que algumas delas podem afastá-lo por um tempo
dos esportes.
Ao
passar por uma problema desses, é importante que não haja nenhum tipo de esforço
extremo, para não piorar a situação. Por isso, esse deve ser um momento de
repouso total, até que haja a recuperação completa.
No
entanto, mesmo depois do período de recuperação, uma rotina de exercícios mais
leve e direcionada ao fortalecimento dos músculos é adequada. Isso é o que
recomenda Rogério Carvalho, personal trainer e preparador físico. “O atleta
deve objetivar, num primeiro momento, fortalecer a região que foi lesionada,
seja por meio de musculação, exercícios funcionais ou pilates. Esse fortalecimento
deve ser feito de forma unilateral, pois o corpo tende a se proteger e
sobrecarregar o lado que foi lesionado”, explica.
Ele
também aponta a importância de um intervalo grande entre os treinos durante
esse período. “O simples fato de o atleta ter um tempo de descanso ou uma
pequena pausa entre cada série já minimiza a sobrecarga no sistema
musculoesquelético. Por isso ele deve tentar intercalar um dia de treino e um
dia de descanso até que o corpo se readapte.”
É
comum também que após um longo período sem treinar, o atleta note certas perdas
em seu desempenho e eficiência, “A pessoa sempre volta de lesões mais lento,
mais fraco e, às vezes, mais pesado, devendo então ter bastante paciência e
disciplina para retornar à forma física”, comenta Carvalho. Alguns fatores que
explicam isso, segundo ele, são:
Gravidade da lesão: o tempo que o atleta permanece lesionado e também o
local e o tipo da lesão podem influenciar na perda de desempenho.
Individualidade biológica: “Cada corpo responde de formas
diferentes a uma determinada lesão, a um mesmo tipo de tratamento, e aos
estímulos de treinamento. Isso reflete diretamente no desempenho e no retorno
do atleta”, diz o preparador físico.
O
personal trainer deixa claro também que é importante que haja um acompanhamento
médico, pelo menos durante os primeiros dias de treino. “Isso irá depender da
gravidade da lesão e da velocidade com que o atleta se recupera. Assim que o
médico, com avaliações periódicas, verificar que a lesão está tratada já é
possível abrir mão do acompanhamento. Contudo, deve-se ficar atento a todo e
qualquer desconforto ou dor nas regiões afetadas.”
Não
há como medir quanto tempo leva para que as condições do atleta voltem ao que
eram antes da lesão, pois isso varia. “Cada caso deve ser analisado
individualmente, e sempre com o trabalho multidisciplinar do médico,
fisioterapeuta e treinador”, completa.
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