sexta-feira, 8 de março de 2024

Estudo da Asics: Mulheres reconhecem benefícios da atividade física, mas treinam menos do que gostariam

 

 


Cada vez mais mulheres reconhecem os benefícios que as atividades físicas podem proporcionar às suas vidas. Ao mesmo tempo, mais da metade delas admite que está desistindo de se exercitar.

Essas informações constam no relatório “Move Her Mind” (“Mova a Mente Dela”, em tradução livre), divulgado no fim de fevereiro pela fabricante japonesa de materiais esportivos Asics e que aborda questões relacionadas a gênero. O estudo foi encomendado pela marca e conduzido de forma independente pela médica norte-americana Dee Dlugonski e o fisioterapeuta britânico Brendon Stubbs.

Os resultados apresentados baseiam-se em 24.959 entrevistas on-line em mais de 40 países, incluindo o Brasil, sendo que 187 das pessoas ouvidas na pesquisa participaram de 26 grupos focais.

A ideia dos pesquisadores foi explorar barreiras, desafios, facilitadores e motivadores para a prática de exercício pelas mulheres. O estudo constatou que, quanto mais se movem, mais as entrevistadas sentem-se bem.

Entre as mulheres que realizam atividades regularmente, 48% declararam que se consideram mais confiantes, enquanto 52% disseram sentir-se mais felizes. Outro dado relevante é que 67% consideram-se menos estressadas.

Apesar de reconhecerem os benefícios que os exercícios físicos proporcionam em suas vidas, 51% das mulheres ouvidas afirmaram que estão insatisfeitas com seus atuais níveis de atividades.

O país onde as mulheres estão mais descontentes é a Itália, com 62,1% de respostas negativas. Nos Estados Unidos, o índice está muito próximo da média global, com 50,8%. No Brasil, 44,9% afirmaram não estar satisfeitas com seus níveis de treino. Já o local com menor grau de descontentamento é a Coreia do Sul, com 23,2%. China e Índia, dois gigantes asiáticos que contam com as maiores populações do planeta, registraram percentuais um pouco acima dos 30%.

Principais barreiras

Pelo menos 76% das entrevistadas relataram que suas atividades físicas são prejudicadas por outros compromissos existentes em suas rotinas.

Entre as principais barreiras apontadas pelas mulheres para a prática de exercícios, a falta de tempo se destacou, com 74% de menções. O custo para pagar academias ou treinadores foi citado por 62% das entrevistadas. O pouco acesso a locais para se exercitar foi mencionado por 38% das participantes, enquanto outras 37% alegaram ter medo de lesões.

Os fatores citados acima foram classificados no estudo como barreiras práticas. Mas existem outras, como o caso das ambientais. Neste caso, a dificuldade mais recorrente nas respostas das entrevistadas (43%) foi a ausência de espaços seguros para a prática de atividades físicas. Em seguida, apareceu a sensação de ser intimidada (36%). Por fim, 32% relataram medo de assédio.

O relatório também analisou as barreiras emocionais para as mulheres se exercitarem. Isso inclui desde a sensação de não estar em boa forma (42%), passando por insegurança corporal (37%) e medo de ser julgada (32%), até a pressão por resultados (30%) ou o fato da mulher não encontrar pessoas como ela nos locais onde pratica atividades físicas (19%).

Lacuna de gênero

Os pesquisadores também entrevistaram homens, buscando compreender a percepção masculina a respeito do que afasta as mulheres das atividades físicas.

Enquanto 74% delas alegam que não treinam o suficiente devido à falta de tempo, apenas 34% dos homens ouvidos acreditam que essa questão afete negativamente a atividade física das mulheres.

Entre os homens que participaram da pesquisa, 58% disseram crer que a insegurança das mulheres com seus próprios corpos seria o fator preponderante que afasta o público feminino dos exercícios.

“Isso indica uma disparidade entre as percepções dos homens e a realidade diária sentida por bilhões de mulheres em todo o mundo. Homens mais conscientes dos desafios cotidianos e das barreiras que afetam os níveis de atividade das mulheres podem apoiá-las para que se exercitem, ajudando a fechar essa lacuna de gênero”, afirma o estudo.

Dado preocupante

O estudo da Asics mostra que 51% das entrevistadas reduziram sua atividade ou pararam de se exercitar. Entre as causas citadas para essa situação estão a falta de tempo (59%), o trabalho (35%) ou a falta de oportunidades similares às dos homens (12%).

“As mulheres estão abandonando ou reduzindo a atividade física ao longo da adolescência e início da vida adulta, com mais da metade (50,7%) delas relatando que seus níveis de exercício diminuíram, à medida em que cresceram”, diz o relatório.

Filhos representam outro ponto que não pode ser ignorado nessa equação. Entre as entrevistadas que são mães, 61% citaram a maternidade como principal causa para deixarem de treinar.

Quando os homens são convidados a palpitar sobre esse fenômeno, nada menos que 54% deles afirmaram que as mulheres desistem de treinar pelo simples fato de não gostarem de se exercitar.

Por outro lado, 55% dos entrevistados reconheceram que as mulheres praticam menos atividades físicas que os homens, e 65% admitiram que existe uma lacuna de gênero no esporte.

Um dado alentador é que 80% dos homens que participaram do estudo acreditam que têm o papel de apoiar meninas e mulheres que desejam se exercitar ou praticar esportes.

Entre as modalidades preferidas das mulheres ao redor do mundo estão a corrida (65%) e o treinamento de força (50%), inclusive para uma quantidade expressiva de entrevistadas idosas, das quais 40% afirmaram levantar pesos, atividade tradicionalmente associada aos homens.

E engana-se quem acredita que as razões estéticas são as que mais movem as mulheres para a prática de exercícios. O estudo mostra que 96% delas treinam, principalmente, em busca de saúde física, enquanto 92% citaram a saúde mental como motivação preponderante.

f: asics

 

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