Correr,
no Brasil, exige mais do que simplesmente abrir a porta e sair mandando bala. O
calor de nosso verão cobra de cada um precauções e cuidados. O treinador de
atleta de elite Gilmário
Madureira da umas dicas:
Tempo
quente, dias confusos de muito compromisso, e você, para relaxar, escolhe dar
uma corridinha para esfriar a cabeça. Sim,
mas como esfriar a cabeça com a previsão do tempo indicando mais de 30 graus e
alta umidade? E parece que a coisa vai esquentar mais ainda. Será que tem
solução ?
Solução
até que tem, mas isso vai demorar mais que algumas horas de simples adaptação.
O
melhor é você começar "fugindo" do calor, correndo em horários mais
frescos do dia. Aquela velha recomendação dos dermatologistas de não se expor
ao sol depois das 10h e antes das 15h vale muito para corredores, não só e
também pela proteção da pele. Correr nesses horários em algumas cidades do
Brasil é pedir pra não ter prazer na corrida.
Se
adaptação é a palavra-chave, o ritmo de treino obedecerá ao clima, pois já é
sabido que a performance é altamente influenciada pelo calor.
Quer
correr mais forte? Então procure os lugares com mais sombra e ventilação. Fique
de olho também na previsão do tempo para o dia de treino mais puxado. Combine
com seu treinador uma certa flexibilidade na intensidade se o ambiente estiver
abafado ou quente.
Se
quiser competir procure eventos que, além de respeitarem a relação saudável de
horário, dêem atenção à logística de hidratação e ao atendimento médico. Se a
prova é às 8h da manhã, e você treina às 5 da matina, tente avançar 30 minutos
a cada dia de proximidade do evento até que se acostume. Observe, nesse
processo, uma relação inversamente proporcional ao horário e à proximidade da
corrida, ou seja, quanto mais próximo à corrida, mais leve será o seu treino,
por estar mais exposto ao calor.
No
Brasil, temos diferentes combinações de calor: quente-seco, quente-úmido,
quente com vento contra, quente sem ventilação... Se você mora em uma cidade à
beira-mar, as roupas de treino são fundamentais para uma boa evaporação. Se
você mora em locais de altitude, saiba que a exposição aos raios ultravioleta é
maior.
A
mensagem que fica é de bom senso na procura dos horários, no uso das roupas, na
ingestão de líquidos, na percepção de desgaste, pois o sol no nosso país tem
uma imagem diretamente ligada ao bem-estar. Excesso de sol nunca vai significar
saúde a mais. Corra com as pernas, mas use a cabeça.
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