quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Quando é a hora certa de trocar o tênis?





Não tem nada melhor do que uma prova longa como uma meia maratona para nos fazer perceber que a vida do tênis que estamos usando chegou ao fim. Mas certas vezes usamos os critérios errados para chegar a esta conclusão.

Segundo os últimos estudos, e que fique claro que estes não são estudos patrocinados por esta ou aquela marca, quanto mais você usa um calçado para correr ou caminhar, melhor ele vai se adaptar à sua pisada. Nenhum calçado vem de fábrica ajustado para sua pisada, pois a forma como cada um anda é tão específica como uma impressão digital – tanto que já existem estudos com softwares que são capazes de diferenciar os indivíduos pela marcha (a forma como a pessoa anda).

Rodagem limite?- O primeiro mito que se pode desbancar é o de que existe uma quilometragem definida para o uso do tênis, pois se quanto mais usamos melhor ele fica, na verdade só precisaremos trocar o tênis quando a sola desgastar demais ou se a parte interna começar a desgastar antes e causar atrito contra a pele. Caso contrário não existe motivo que justifique a troca do calçado. A sensação de maciez na pisada é proporcionada pela palmilha, que pode ser trocada quando desgastada.

Palmilhas personalizadas- Geralmente as palmilhas feitas sob medida são mais bem adaptadas já para a pisada de cada um, mas só vale à pena investir numa palmilha personalizada caso exista alguma lesão prévia que já foi tratada com fisioterapia e não obteve resultado de 100% no tratamento. Com terapia manual e trabalhos posturais a fisioterapia consegue melhorar muito a forma como é aplicada a força durante a marcha, assim como toda a coordenação do gesto da corrida, o que geralmente tem resultados excelentes não só para tratar uma lesão, como para ir direto na raiz do problema – que pode ser uma alteração postural ou alteração do gesto (coordenação motora) da marcha.

Outro fator importantíssimo é o conforto, foi feito um estudo para verificar se o conforto do calçado é proporcional ao preço e, por incrível que pareça, sem saber a marca e o valor do calçado de corrida os participantes do estudo escolheram os mais baratos como mais confortáveis. É claro que os tênis mais caros geralmente são feitos de tecidos melhores, que permitem melhor ventilação e a sensação de conforto depende muito do formato do pé de cada indivíduo, mas temos que reconhecer que nem sempre o mais caro é o mais confortável.

Conclusão- Vá até a loja de sua preferência, experimente vários modelos de várias marcas, não se preocupe se é o que está na moda ou não, e se possível, nas lojas que tiverem esteira, experimente correr com o calçado. Caso você não tenha nenhum problema ortopédico, compre tênis neutro, caso tenha algum problema ortopédico, consulte um especialista que possa avaliar e orientar em relação a testes fidedignos e tratamentos efetivos.

Claudio Cotter- webrun - Fisioterapeuta - Formação no Método Força Dinâmica e especialista em Fisioterapia Esportiva.

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